arrumamos as bagagens e deixamos tudo pronto para hoje darmos início ao nosso retorno para casa. A programação inicial aventada, uma esticada até Puerto Mont e Bariloche, foi abandonada em decorrência da dificil situação que toma conta da Argentina, com greves por todos os lados, estradas bloqueadas, etc.
De qualquer forma, no horário combinado... estavamos todos a postos para darmos início ao retorno. As "Queridas" Silvana e Beth, prontas e nervosas, pois seguiriam de avião, enquanto Andréia e Adelaide, com seus respectivos pilotos Marcelo e Juarez, já estavam a postos.
Tomamos nosso bem reforçado café da manhã e já com as motos preparadas o Alexandre, a contra-gosto, tratou de chamar um taxi para levar as "queridas" ao aeroporto. A nota especial ficou por conta do esquecimento, minha a culpa, da ficha de imigração da Beth, pois por segurança, temeroso que ela pudesse perder, guardei junto com a minha em meu passaporte.
Isso fez com que tivesse que ir correndo até o aeroporto para entregar-lhe o documento, no que fui gentilmente acompanhado pelo Alexandre.
Enquanto isto, os demais, Marcelo e Juarez e suas "queridas" seguiram para estrada para ganhar tempo.
Sem sabermos onde ficava o aeroporto de Mendoza, tratamos de pedir informações e nos tocamos. Para nossa sorte, que por sinal nunca nos abandonou, pedi informação a um cidadão em um semáforo e ele mandou que o seguissemos at[e nos indicar onde deveriamos dobrar à esquerda e a partir de então encontrariamos placas indicativas. Facilitou e muito nosso caminho. Ao chegarmos na entrada do aeroporto a Beth já desesperada e quase chorosa, pois não conseguiam nos localizar pelo celular, abanava como uma louca. Entregamos o documento, mais um beijinho e tratamos de retornar para encontrar os demais que já tinham seguido para estrada. Detalhe: quando do embarque ela apresentou o documento ao aduaneiro que lhe disse que não precisava, pois deveria preencher outro. Que fazer?
Seguimos mais alguns quilometros e no ponto programado para o encontro já nos esperavam Juarez e Marcelo. Rapidamente proseguimos, pois nosso destino era a cidade de Venado Torto. A viagem seguiu normalmente, com muitas brincadeiras pelo rádio. Na altura de Rio Cuarto paramos em um posto de gasolina para abastecermos as motos e fizemos um breve lanche, onde nos despedimos dos amigos Juarez e Adelaide, pois logo adiante seguiriam outro rumo. Não preciso dizer que a tristeza tomou conta de todos nós, pois naquele momento o grupo começava a se desfazer. Juarez deu partida um pouco antes de nós e em silêncio, rádio mudo, seguimos até o entroncamento e por cima do viaduto viamos Juarez e Adelaide fazendo a intersecção da nova rota. Todos acenamos, nos despedimos pelo rádio com desejos de uma boa viagem e aos poucos o contato foi desaparecendo. Ao longe se podia perceber que uma chuva intensa se armava e certamente eles iriam pegá-la na sua plenitude, pois ela estava, exatamente, para o lado onde seguiam.
Mais uns minutos de silêncio geral e as brincadeiras voltaram como forma de aminizar a tristeza. Não demorou muito e percebemos que em nossa rota uma ponta da chuva se fazia insistente e poderia cair a qualquer momento. Na parada seguinte, um pouco antes de irmos para a estrada ela se fez presente. Com as capas vestidas retornamos para estrada. Com a chuva tivemos que diminuir a velocidade pois a estrada estava muito lisa, fruto dos veículos movidos a diesel, que o espalham pela pista. Depois de uma boa quilometragem a chuva foi aos poucos parando e percebendo que poderiamos percorrer mais alguns quilometros, pois ainda era cedo paraparar, decidimos dormir em Junin, mais adiante, onde ficamos no Hotel Copanahue.
Descarregadas as malas e com as motos na garagem, tratamos de tomar um banho e nos preparar para jantar, evidentemente que antes de irmos ao restaurante tomamos uma garrafinha de vinho (das pequenas 3/4) para abrir o apetite e relaxar.
De volta ao hotel, vamos tratar de dormir para amanhã seguirmos viagem. Até breve!