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Antônio Cesar
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   SHIMMY no guidão

SHIMMY NO GUIDÃO

Meus amigos,
Como narrei no artigo "PNEU, veja só...", ao sair para uma viagem observei que a moto, quando solto o guidão e a aceleração ia gradativamente sendo reduzida, ao chegar entre 60km/h e 80km/h, começava uma vibração no guidão (shimmy) que de forma crescente obrigava a segurá-lo firmemente, sob pena de uma queda iminente.
Esse problema fez com que eu trocasse as pressas o pneu diateiro e submetesse a moto a uma avaliação do problema, tudo sem sucesso, pois com estas providências, o problema era aliviado em até 80%, mas logo em seguida voltava com toda força.
Dois amigos chegaram a me dizer que "a GoldWing era assim mesmo. Esse problema é normal na moto". Evidentemente que nunca pude concordar com essa afirmação, porquanto ao aceitá-la, estaria admitindo um grave defeito de projeto que, convenhamos, seus fabricantes jamais permitiriam se perpetuar em uma moto do gabarito da GW.

Em novembro/09 fui ao encontro do Guarujá e lá tive a feliz avaliação do amigo Winger Sepé, que chegou a ficar abismado com o que viu, pois constatou quando a moto estava em movimento.
Como Sepé tem uma larga experiência em motociclismo, inclusive já foi corredor de Bike e já teve várias GW, fez a sua avaliação, a qual cautelosamente anotei para não esquecer de nada do que me havia dito.
Devo registrar que tanto na ida quanto na volta, ao reduzir a velocidade para entrada em uma curva, o "shimmy" da roda dianteira tirava completamente a estabilidade da moto, jogando-a para fora da estrada, o que me colocava em situação de altíssimo risco.

Ao chegar em casa, a primeira providência foi levar a moto para oficina a fim de sanar, de uma vez por todas, o problema, especialmente porque naquela ocasião não havia nenhuma viagem programada.

Para isso, abasteci meu amigo Assis, um dedicado mecânico da Concessionária Honda "Dorvalino Motos", na vizinha cidade de Palhoça, com todas as observações que o amigo Sepé me havia passado, e então começamos a fazer um check-up, iniciando pela parte dianteira.

Tomei uma decisão: não retirar a moto da oficina sem resolver o problema.

Sendo assim, foram recalibrado os freios dianteiros, trocado o óleo das bengalas (observadas as quantidades indicadas pelo fabricante), pneu dianteiro substituído e balanceado.
A segunda parte foi a verificação do alinhamento da suspensão e o torque dos parafusos da suspensão. Esta segunda parte estava perfeita e não houve necessidade de mexer em nada.

Toda essa revisão levou em torno de 30 dias, ou pouco mais.
Convidado pelo amigo PHD Lino, de Uraí/Pr, para acompanhá-lo até Punta del Este/Uruguai, o amigo Assis apressou a revisão.
Como havia feito somente o balanceamento da roda dianteira, já que andei pela cidade inteira e ninguém fazia o balanceamento da roda traseira, pois as máquinas não comportavam o pneu, em uma última tentativa o proprietário de uma loja de pneus (depois eu darei o nome da loja pois ele e seus funcionários merecem) me disse que colocasse os pneus na moto e retornasse, que eles fariam o balanceamento.
Com as rodas no lugar retornei no dia seguinte e a equipe da loja (parecia uma equipe de Fórmula 1), com uma dedicação inigualável e inacreditável, supendeu a moto sobre calços de madeira, apoiando o cavalete central e como a máquina não chegava na roda devido as malas, foi feito o balanceamento com a motorização da própria moto.
Chegamos a imprimir uma velocidade de 190 km/h e aos poucos os pesos foram sendo colocados e recolocados até que a máquina acusou "0" de vibração.
O pneu traseiro estava agora perfeito.
Apesar de já ter feito o balanceamento da roda dianteira fora da moto, a equipe achou por bem conferir, já que agora a roda estava no lugar.
Desta feita conseguiram posicionar a máquina e para minha surpresa, o balanceamento estava deficiente.
Depois de algum tempo, de tira e põe pesos de chumbo, a máquina acusou "0"de vibração na dianteira.

Feliz da vida, paguei, agradeci e rumei para casa, pois no caminho havia um local propício para testá-la.
Imprimi uma velocidade de 120km/h (com um medo desgraçado que a polícia me pegasse) e soltei as mãos do guidão. A velocidade foi baixando gradativamente pela desaceleração e finalmente foi chegando em 80, 70, 60 50, 40km/h e..........NADA..........ESTAVA PERFEITÍSSIMA.
Aproveitei o local e repeti o teste.... NADA....... dava para colocar um copo d'água sobre o tanque.

Dois dias depois segui para Punta del Este e a moto se comportou perfeitamente bem. SEM SHIMMY algum. Segura nas curvas e nas alterações de velocidade.

Feito tudo isto, de minha parte concluí o seguinte:
- O primeiro problema estava no óleo das bengalas, pois em uma determinada ocasião apresentou um vazamento em uma das bengá-las e foi trocado o retentor, Possivelmente ficaram desalinhados.
- O segundo problema estava no balanceamento das rodas, Balanceadas no lugar e "zerando" a vibração através da máquina, o Shimmy desapareceu.

Assim, fica aqui minha sugestão: façam o balanceamento das rodas no lugar, com máquina, aquela mesma usada para balancear rodas de automóveis, pois a indicação é digital e precisa.

A propósito, aquela afirmação de que "esse é um problema da GW", como dito por alguns, foi contrariada.




 

Antônio Cesar

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