Existem umas palavrinhas que devemos ter na ponta da língua para todas as ocasiões: bom dia, boa tarde, boa noite, por favor, obrigado, com licença, desculpe.
São palavras mágicas em qualquer momento ou ocasião, além de mostrar que somos educados.
Certamente você deve estar se perguntando qual a razão de eu estar falando isso, não é verdade? Pois bem, explico.
Semana passada arrumei as malas e na sexta-feira (30/11/2009) peguei a estrada rumo ao Guarujá-SP, para participar do 1o. Encontro de Gold Wing.
Ao longo de toda a estrada cruzei seguramente com mais de 300 motociclistas que se dirigiam em sentido contrário ao meu, ao que soube, para participar de um encontro em Florianópolis/SC.
A medida que nos cruzavamos, eu procurava cumprimentá-los com um tradicional aceno ou simplesmente levantado a mão esquerda.
Minha surpresa foi que quase na totalidade, não houve reciprocidade de tratamento.
É compreensível que nem sempre é possível faze-lo devido a necessidade de se estar atento a estrada ou não poder soltar uma das mãos do guidão.
Mas percebo que a cada dia que passa as pessoas estão mais individualistas. Não importa qual a moto que estamos pilotando, pois na verdade, todos estamos sobre 2 rodas.
Houve um tempo em que saudar uma pessoa ao longo de uma estrada, especialmente de moto, era uma grande satisfação e a reciprocidade e o sentimento eram mútuos.
Atualmente acho que estamos nos perdendo nesse isolamento individualista. Alguns estão esquecendo que devemos ser solidarios uns com os outros, pois somente assim estaremos nos protegendo.
Não sabemos quando ou em que ocasião poderemos estar necessitando do auxilio de outro motociclista. Não me refiro a infortunios, mas a uma informação mais precisa, uma orientação qualquer, etc...
Aquele motociclista com quem cruzamos na estrada e que deixamos de cumprimentar, poderá ser a pessoa a quem iremos nos dirigir para solicitar o auxílio.
Uma das coisas que chama nossa atenção quando viajamos pela América Latina, é que a grande maioria dos motoristas de caminhão nos cumprimentam, nos acenam, como se sinalizando que se precisarmos de algo, eles estão dispostos a nos ajudar.
Ademais, o que custa ou quanto custa, um cumprimento, um simples levantar de braço?
Isso é nada mais, nada menos, do que educação. O exercício, a distância, de uma fraternidade.
Dia destes fiquei supreso quando parei em um semáforo e um motociclista com uma moto de baixa potência, do nada, levantou o capacete até a altura dos olhos, me fez algumas perguntas sobre a moto e ao final agradeceu e me desejou "boa viagem".
Provavelmente tinha percebido que eu estava saindo para viajar. Senti no jovem motociclistas um sentimento de igualdade, não obstante as diferenças entre nossas motos.
Da mesma forma, percebi sua alegria e felicidade por eu ter lhe dado atenção.
Fez um sinal de "positivo", levantou a mão, acelerou e foi embora.
De minha parte, me fez bem. Me senti bem.
Portanto meus amigos, vamos voltar a exercitar o cumprimento, pois independentemente de quaquer coisa, todos somos.....motociclistas.
Um abraço,
César