Antonio CÉSAR
|
|
|
> Diário de Bordo
01/09 - 4o. Dia - Campos do Jordão a Curitiba |
Como já sabem, nossa viagem sofreu uma pequena alteração, pois optamos por não irmos a Aparecida e sim, diretamente, para São Paulo. Como de hábito procuramos acordar cedo, tomar o desjejum, preparar as motos, pagar o hotel e ganhar a estrada. Apesar da beleza de nossos passeios, o que mais nos agrada, além de andarmos de moto, é essa vida de cigano, sempre mudando de um lugar para outro. Arrumar as malas na noite anterior a viagem é quase uma realização, pois é quase como uma marca de certeza de que aquele dia foi muito bom. Assim ocorreu. |
Chegando no restaurante do Hotel fomos informados que o café somente seria servido a partir das 08:00 hs. Com a nossa presença, o pessoal da cozinha tratou de apressar suas tarefas. Diante deste insignificante contratempo, tratamos de ir colocando as malas na moto. Como o Hotel possui calefação em todos os seus ambiente, evidentemente que o calor enganava a todos nós em seu interior. Eu, particularmente, desci de manga de camisa com as malas e me dirigi à garagem. Ao abrir a porta que dá acesso à rua percebi que minha vestimenta em nada se adequava a temperatura externa: 01 grau, muito frio. Mesmo assim, com Alfredo e Décio, estes devidamente agasalhados, arrumamos nossa bagagem nos alforjes, passei a aranha sobre a mala superior e tudo estava pronto. Subimos para o café onde todos e todas já estavam a postos para avançar nos doces e salgados. Abastecidos e pagas as despesas, com as motos defronte ao hote, sob os olhares dos funcionário que se postavam em um mezanino externo, demos e recebemos acenos de despedidas e seguimos em direção a São Paulo. A cidade, pelo horário de nossa saída (08:30 hs), começava a ter seus primeiros habitantes a trafegar por algumas poucas calçadas. A relva esbranquiçada revelava a presença de uma pequena geada, nos brindando a natureza com aquela cartão postal de despedida. As poucos a cidade foi se perdendo no retrovisor da moto, ao tempo em que ganhavamos a estrada principal em direção a São Paulo. Logo na saída da cidade fomos envolvidos por uma neblina, parecendo que o tempo iria fechar e a qualquer momento teríamos chuva. Embora soubessemos que aquela neblina logo se dissiparia e o sol brilharia forte, fomos contando os minutos para receber o Astro Rei, o que depois de aproximadamente 30 minutos de estrada efetivamente aconteceu. Gradativamente a temperatura foi se elevando enquanto avançavamos pela estrada. Na Rodovia Carvalho Pinto fomos surpreendido por dois automóveis em alta velocidade: eram dois carros da Wolksvagen, com placas verdes, em teste. O primeiro uma camionete enquanto o segundo um modelo Jeta, conversível. Apesar do exibicionismo do motorista do Jeta, tem-se que reconhecer que o carro virá para fazer sucesso. A estas alturas, um dos amigos de viagem estava em êxtase fotografando, enquanto sua Querida filmava os bólidos. De se compreender a euforia, pois é proprietário de uma revenda Wolksvagen. Depois de passada a surpresa nosso amigo Alfredo chamou a todos pelo rádio para fazer uma sugestão: Que tal irmos diretamente para Curitiba, descartando a noite em Sampa? Depois de algumas trocas de idéias, sem que ninguém tivesse apresentado contrariedade, ficou decidido que não mais dormiriamos em São Paulo. A estas alturas não tinhamos mais como evitar a Marginal, para adiante tomarmos a Bandeirantes e o Rodoanel. Essa passada pela Marginal nos fez sentir como se sentem os MotoBoys daquela cidade. Cada um pediu a sua Querida que ficasse bem quietinha na garupa e aguentasse firme. Elas nem imaginavam o que passaríamos. A princípio o temor daquele trânsito intenso nos deixou preocupados, mas tão logo começamos a trafegar entre os automóveis, caminhões, ônibus e centenas de motos que seguiam ziguezagueando na mesma direção, nos encorajamos e puxados pelo nosso Road Capitain Sérgio,assumimos a postura de verdadeiros "MotoBoys" e saímos cortando entre os veículos, os quais já acostumados com aquela loucura toda, deixam um corredor para as motos, sob pena de perder o retrovisor (as fotos mostram nossas manobras). Ocorre que nossas motos são bem maiores e mais encorpadas que as motos de trabalho da rapaziada. O calor já se fazia escaldante entre os carros quando lá pelas tantas o Sergio avisou pelo rádio que deveríamos seguir para a Rodovia dos Bandeirantes. Acontece que estavamos na pista esquerda e para efetuarmos a manobra teríamos que atravessar duas pistas e sair da Marginal. Nesse momento o Beto que estava logo após o Sergio, tratou de mudar de pista, parou o trânsito eaos pouquinhos fomos mudando de uma para outra, no tempo certo de ingressarmos na rodovia pretendida. Foi uma alegre balbúrdia no rádio, de cumprimentos aos dois e de satisfação por termos conseguido. Já na Regis Bittencourt paramos em Embú para abastecimento, rápido lanche e nos fomos. Com muito sol, pouco trânsito de caminhões para uma segunda-feira, nosso destino era Registro, onde novamente pararíamos para abastecimento e lanche de almoço, o que ocorreu como previsto, sem muita demora. Quando desciamos a serra, trecho de pista simples e com muito tráfego de caminhões acumulado, a Beth me chamou pelo rádio pedindo para parar, pois sua balaclava havia sido acidentalmente puxada sobre os olhos e não enchergava mais nada. Impossibilitado de parar, mas com o desespero da Querida, ouví poucas e boas, até que finalmente consegui encontrar um acostamente e parei. Rapidamente tudo foi resolvido e voltamos ã estrada. Com um papo descontraído pelo rádio e boa música de fundo, o tempo e a quilometragem passaram sem que percebessemos e já entravamos em Curitiba, indo diretamente para o Hotel Transamérica, nas proximidades da Loja da Harley. Chegando ao hotel, felizmente com vagas em partamentos de luxo, alguns ali ficamos enquanto outros foram a té a loja. Retiradas as bagagens era hora de tomar uma gelada. Depois de acomodados, banhados e devidamente trajados, por volta das 21:00 horas fomos jantar no Restaurante "Ze Mais", cuja comida e sua apresentação nos surpreenderam (vejam as fotos). Um champanhe para brindar o trecho vencido no dia e um bom vinho para descontrair, foram os ingredientes certos para a descontração que marcou a noite. De volta ao hotel, em papo descontraído e de muita gozação, fomos interrompidos por um funcionário do hotel que pedia mais silêncio, o que dá para imaginar a balburdia que estavamos fazendo. Assim findou nossa noite, com o compromisso de sairmos no dia seguinte às 09:00 horas da manhã. Nos recolhemos para descansar de mais um agradabilíssimo dia. Amanhã, nosso último trecho: Curitiba x Blumenau e Florianópolis. Nos vemos!
|
|
|